quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Solidariedade com dois habitantes de Erromo que vão ser julgados em Madrid

Cerca de cem pessoas do bairro de Erromo (Getxo, Bizkaia) e membros de diversas associações culturais, populares e desportivas deram, ontem à tarde, uma conferência de imprensa, em que expressaram a sua solidariedade e o seu apoio aos presidentes da Branka kultur elkartea e da Itzubaltzeta / Romo eta Pinuetako jai batzordea [comissão de festas local].

Com efeito, na segunda-feira que vem, dia 10, ambos vão ser julgados na Audiência Nacional espanhola, pelo facto de o anúncio da Branka na brochura das festas de 2011 incluir duas fotos de presos. O MP pede 18 meses de prisão para cada um, acusando-os de «enaltecimento do terrorismo».

Edu Sebastian e Joseba Lekunberri consideraram que o caso dos membros da comissão de festas e da Branka é «um absurdo e um ataque à liberdade de expressão», e exigiram que o processo seja abandonado de imediato. Entretanto, convocaram uma manifestação silenciosa para domingo, dia 9, às 13h00, na Praça de Santa Eugénia, em Erromo.

Os indiciados, Josu Iturburu e Jagoba Agirre, receberam o apoio de milhares de pessoas do bairro e de inúmeros colectivos. / Ver: ukberri.net

Quatro jovens que protestaram na presença de Ares, primeiros indiciados no caso Cabacas
No domingo, 9 de Dezembro, passam oito meses sobre a morte do jovem Iñigo Cabacas, que faleceu depois de ser atingido por uma bala de borracha disparada pela Ertzaintza a curta distância.
Nesse dia, a família e os amigos de Iñigo vão prestar-lhe uma pequena homenagem [vídeo] no local onde foi ferido de morte pela Ertzaintza, na Rua María Díaz de Haro, junto à Kirruli Kultur Elkartea. O acto terá início às 12h30.

Ao longo destes meses, familiares, amigos e membros da iniciativa popular Iñigo Gogoan denunciaram a opacidade com que a Polícia autónoma está a conduzir o processo de investigação. E é incompreensível que, oito meses depois, as primeiras pessoas indiciadas no processo relacionado com a morte de Iñigo Cabacas sejam as que protestaram e exigiram justiça na presença do antigo conselheiro. O julgamento dos quatro jovens que interromperam a intervenção de Ares durante o Congresso sobre Memória e Convivência, organizado pelo PSE em Maio, terá lugar na próxima segunda-feira, 10 de Dezembro, apenas um dia depois da trágica efeméride.

A audiência foi suspensa a 13 de Julho último. Então, o advogado de defesa, Iñaki Carro, afirmou que esperava que os jovens, acusados de alterar a ordem pública, fossem absolvidos. «Aqui não houve nenhuma alteração da ordem pública. O mero facto de se apresentar uma reivindicação numa conferência não é alterar a ordem pública. A reivindicação esteve presente mas a conferência realizou-se», disse Carro. / Ver: BilboBranka