sábado, 4 de novembro de 2017

Amurrio despediu-se de Alfredo Remírez, primeiro preso político da Operação Aranha

As ruas da localidade alavesa encheram-se de solidariedade, esta sexta-feira. A população quis dizer um «até logo» a Alfredo, que hoje entrou na prisão, na sequência da conhecida Operação Aranha contra a liberdade de expressão.

Centenas de pessoas vieram ontem para as ruas de Amurrio, terra natal de Alfredo Remírez, para se despedir do seu conterrâneo, que tem um ano de cadeia pela frente. Alfredo é a primeira pessoa a ter de cumprir pena como consequência das operações policiais conhecidas como «Operação Aranha», dirigidas contra usuários das redes sociais por causa das suas ideias políticas.

Note-se que Alfredo já possuía antecedentes penais por ter mostrado, nas festas de Amurrio, um boneco de cartão a representar um preso, denunciando assim a política de dispersão. Esta pena estava suspensa, mas, ao ser condenado no âmbito da Operação Aranha, Alfredo Remírez vai ter de a cumprir.

A manifestação, muito participada, partiu às 19h30 da Praça de Amurrio, sob o lema «Azken izan dadila» (que seja o último). Ao longo do percurso ouviram-se palavras de ordem como «Erre Harria, libre nahi dugu!», «Alfredo, maite zaitugu» ou «Adierazpen askatasuna».
No final, teve lugar um acto político, em que participaram muitos amigos, colegas e familiares de Alfredo. Este foi o último a intervir. «Não me calarei; como me vou calar quando há presos como Ibon Iparragirre que estão a morrer na cadeia e o ministro diz que só o libertará quando lhe restarem dois meses de vida?», disse.

Alfredo Remírez agradeceu todas as expressões solidariedade e lembrou que isto não é um adeus, é um «até logo». / Ver: lahaine.org / VÍDEO aqui