domingo, 3 de dezembro de 2017

«Criminalização de trabalhadores rurais e militantes do MST aumenta após o golpe»

«A gente que é pobre está acostumado a ser esfolado a vida toda, mas ser condenado sem dever nada, é para terminar de nos arrasar». É assim que o trabalhador rural João*, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da região do Pontal do Paranapanema, no Oeste de São Paulo, define a dura realidade que tem enfrentado. O agricultor, de 50 anos, que teve sua identidade preservada pela reportagem do Brasil de Fato, foi condenado a cumprir quatro anos de prisão no último mês em um processo judicial que se arrastava nos tribunais por mais de 17 anos.

O processo é fruto de uma denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, em 2000, que acusou ele e outros militantes de crime ambiental, após a ocupação da Fazenda Guaná Mirim, localizada no município de Euclides da Cunha Paulista. Desde que foi condenado, o trabalhador rural resiste à prisão, que é considerada por ele e pelo MST como mais uma ação arbitrária de perseguição política. (Brasil de Fato)